terça-feira, 24 de setembro de 2013

PROJETO 'SOMOS TODOS AMARILDOS' VAI ANGARIAR RECURSOS PARA COMPRAR UMA CASA PARA A FAMÍLIA DO PEDREIRO
 
· Além de jantar de adesão e leilão, organizadores vão realizar um show em que artistas e plateia usarão máscaras retratando o operário

SÉRGIO RAMALHO

O ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza, de 42 anos, está desaparecido desde o dia 14 de julho
RIO - Há 72 dias sem uma resposta sobre o paradeiro do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, visto pela última vez na noite de 14 de julho ao ser levado por policiais à sede da UPP da Rocinha, um grupo heterogêneo — músicos, artistas plásticos, atrizes, advogados e integrantes do judiciário —, capitaneado por Paula Lavigne, vai se mascarar em prol da família do operário. Além de organizar um jantar de adesão, conforme revelou a coluna de Ancelmo Gois, eles planejam realizar um show onde artistas e a plateia vão receber máscaras de Amarildo. O dinheiro angariado será usado para dar um lar à família do pedreiro.
A mulher, Elizabete, e os filhos de Amarildo dividem espaço num casebre de apenas um cômodo e desde o desaparecimento do ajudante de pedreiro enfrentam dificuldades. Paula Lavigne espera reunir o dinheiro, cerca de R$ 60 mil, para comprar uma casa na Rocinha durante o jantar de adesão, cujo o valor é R$ 500 por lugar à mesa. O evento esta marcado para acontecer no próximo dia 8, quando também será realizado um leilão. Entre as peças que serão oferecidas estão um manuscrito da música “Perdeu”, de Caetano Veloso, um instrumento musical de Marisa Monte e um quadro do artista plástico Carlos Latuff, que retrata um negro crucificado sendo baleado por um policial.
O projeto “Somos todos Amarildos” também prevê a realização de um show no Circo Voador, ainda sem data marcada, onde vão se apresentar Caetano Veloso, Marisa Monte, Emicida e outros artistas. Há ainda a proposta de formar um bloco, que vai se reunir na Pedra do Arpoador. Todos vestidos de preto e usando máscaras de Amarildo. Paula atribui parte da ideia ao desembargador Siro Darlan e ao juiz João Batista Damasceno:
— A ideia, além de ajudar a família de Amarildo, é lembrar os tantos Amarildos que estão desaparecidos ou sofrendo injustiças — diz.
Paula Lavigne acrescenta que o restante do dinheiro angariado com os eventos será revertido a ONGs voltadas à defesa dos direitos em comunidades carentes e contra a violência praticada por agentes do estado, entre elas o Tortura Nunca Mais e o Instituto de Defesa dos Direitos Humanos (IDDH).


 



Nenhum comentário:

Postar um comentário